quarta-feira, 3 de maio de 2017

TÁ CHEGANDO A HORA! BREAKING2




COMO AS TRADIÇÕES E A CIÊNCIA SE UNEM PARA FAZER CAMPEÕES DE MARATONA


Para quebrar a barreira da maratona de duas horas, um corredor precisaria superar a maratona mais rápida que já foi registrada - 2:02:57 – em cerca de 3 por cento. Isso significa que ele precisaria eliminar sete segundos de cada uma de suas 26,2 milhas. Para a maioria, este é um desafio aparentemente impossível. Mas para a Nike, é uma meta que vale a pena buscar.

Com coragem suficiente para aceitar o convite da Nike, os atletas Eliud Kipchoge, Lelisa Desisa e Zersenay Tadese vão tentar realizar uma corrida abaixo de duas horas. Alguns meses de testes e análise de dados dos melhores corredores de longa distância do mundo determinaram que estes três estivessem fisicamente preparados para o desafio. Mas grande parte da ideia de fazer parceria com eles resume-se ao fato de serem, por natureza, melhores do que outros atletas em correr rápido por um longo tempo. Os anos de experiência e de expertise em provas longas, lhes dão uma vantagem exclusiva. E é essa uma das razões pela qual a equipe de treinadores e cientistas do Breaking2 compreendeu que estratégia e otimização dos treinos, ao invés da mudança radical de suas rotinas, seriam a melhor maneira de abordar a tentativa de levar os atletas ao que se espera ser a maior conquista em corridas de longa distância até hoje.

Os atletas e seus treinadores têm desempenhado um papel fundamental na definição dos programas de treinamento que os levaram até onde estão hoje. O Dr. Brad Wilkins, fisiologista e diretor da Nike Explore Team Generation Research no Laboratório de Pesquisa Esportiva da Nike, e o Dr. Brett Kirby, pesquisador e fisiologista líder do Laboratório de Pesquisa Esportiva da Nike, se reuniram para supervisionar a ciência diária por trás do Breaking2. "Como atletas de elite, eles têm programas de treinamento incríveis e bem estabelecidos que estão funcionando", diz Wilkins. "Nosso objetivo tem sido trabalhar com os corredores e seus treinadores para fornecer análise e feedback." Aqui está o porquê esta reunião de mundos tem o potencial de fazer com que o sonho da maratona abaixo de duas horas se torne uma realidade.

FORMAS PELA QUAL A EXPERIÊNCIA DETERMINOU O QUE FUNCIONA

Os planos de treinamento evoluem à medida que o atleta evolui.

O plano semanal da Eliud Kipchoge tem variedade e especificidade, e se desenvolve progressivamente ao longo do programa. Ele faz treinos duas vezes por dia, corridas longas, trabalhos de velocidade em uma pista e exercícios Fartlek (termo sueco para jogo de velocidade) a cada semana. "Eliud está em total sintonia com seu corpo, então muitas vezes ele deixa sua capacidade de resposta e percepção de esforço ditar seu ritmo", diz Kirby.

Enquanto isso, o foco inicial de Lelisa Desisa foi a resistência no geral, com várias corridas de base de longa distância, fáceis a moderadas. Ele adicionou treinos de pista mais específicos para desenvolver sua velocidade e intensidade à medida que o programa evolui. A estratégia de Zersenay Tadese é quase o oposto da de Lelisa: a primeira metade de seu treinamento foi de velocidade pesada para ajudá-lo a se familiarizar com o ritmo da corrida, enquanto mais tarde seu objetivo foi aumentar a duração da sua velocidade com resistência para que ele possa manter esse ritmo ao longo do tempo, diz Kirby.


Aquecimentos são (na sua maioria) simples.

Todos os atletas fazem uma corrida lenta típica (às vezes tão lenta que quase arrastam seus pés longitudinalmente, parecendo com uma parada, descreve Kirby), aumentando progressivamente seu ritmo por aproximadamente 30 minutos. Desisa e sua equipe também fazem uma rotina de pré-corrida, quase um ritual, composta de movimentos dinâmicos que duram cerca de 30 minutos. "Parece uma dança", diz Kirby.


O trabalho em equipe é primordial, mas as corridas individuais também são fundamentais.

Geralmente, os atletas correm com os outros por motivação e camaradagem. Desisa tem sua própria equipe com seis a oito atletas que estão lá para apoiá-lo da forma que ele precisar. Em corridas longas, Kipchoge corre entre um grande grupo composto por até 60 corredores, profissionais ou treinadores. Mas se eles têm como meta um treino muito específico, eles podem correr sozinhos ou com apenas alguns poucos corredores. "Zersenay faz muitas de suas corridas por conta própria", diz Kirby.


O sono os mantém em seu auge.

Nenhum dos atletas faz o que geralmente seria considerado um padrão de recuperação. A parte mais crítica de suas rotinas de treinamento – típica de atletas que correm mais de 100 milhas por semana - é a recuperação. "Zersenay é conhecido como o homem que dorme, porque quando ele não está correndo, ele está dormindo", diz Kirby. Quando Desisa não está treinando, ele está relaxando. Kipchoge passa grande parte de seu tempo de descanso equilibrando com a vida diária em seu acampamento. "Além de cochilar e tomar chá com seus companheiros de equipe, ele também faz tarefas, como tirar água de seu poço ou trabalhar nos campos", diz Kirby. A maioria descansa um dia por semana ou conforme necessário. Alguns dos rapazes recebem massagens até três vezes por semana, normalmente após suas sessões de treinamento mais difíceis.


Correr é tudo.

Eles não levantam pesos. Ou fazem ioga. Eles simplesmente correm. "Para correr rápido você precisa correr", diz Wilkins. Embora tudo seja muito diferente, o programa de treinamento de cada atleta está em constante evolução para se adaptar a proficiências e ineficiências. "Geralmente, os corredores deste nível de elite não são flexíveis", diz Wilkins. Contrariamente ao que alguns podem pensar, a pesquisa sugere que menos flexibilidade tende a ter uma correlação com um melhor desempenho. "A teoria é que as pernas mais rígidas perdem menos energia", explica Wilkins. (Ele relaciona isso com uma mola rígida, que armazena e libera muito mais energia do que uma mais frouxa).

Dietas diárias não são rígidas.

Nesse nível de elite, os corredores já sabem quais alimentos ajudam a melhorar suas corridas diárias, embora Wilkins e Kirby recomendem que os corredores façam refeições que tenham cerca de 50-75% de carboidratos, 20-30% de proteína e o restante o que eles quiserem. Além disso, os cientistas forneceram orientação específica para a ingestão de alimentos pós-treinamento. Por exemplo, eles destacaram a importância da ingestão imediata de proteínas e carboidratos após sessões de treinamento mais difíceis e, em alguns casos, onde os atletas não têm acesso rápido a refeições completas, eles os orientaram a ingerir uma bebida de recuperação.

QUANDO A CIÊNCIA DESENVOLVE A TRADIÇÃO

Métricas importantes informam sobre como progredir em cada corrida.

Desde que iniciaram essa missão, Wilkins e Kirby visitaram os corredores várias vezes, fazendo avaliações detalhadas para obter informações sobre marcadores importantes, incluindo V02 máximo, perda de líquidos durante a corrida, energia armazenada em seus músculos e assim por diante. Quando eles não estão com os atletas, procuram manter contato em sessões por telefone ou Skype. Durante as suas corridas em treinamento, os atletas usam relógios GPS com um monitor de frequência cardíaca (com um transmissor no cinto peitoral anexo). Após cada corrida, os treinadores e cientistas analisam os dados em conjunto para entender e interpretar o desempenho e o progresso dos atletas. Eles usam as informações que eles coletam para aconselhar os treinadores dos corredores para que eles possam desenvolver constantemente seus planos.

Eles acreditam na vantagem de altitude.

Todos os três atletas vivem e fazem a maior parte de suas corridas em altitude. O acampamento de Kipchoge está localizado no Quênia, o de Desisa está na Etiópia e Tadese divide o tempo entre a Eritreia (onde mora) e a Espanha (onde mora seu treinador). "Como há menos oxigênio disponível em altitude, ao longo do tempo o número de glóbulos vermelhos pode aumentar, permitindo que seu sangue transporte e entregue mais oxigênio para os músculos", explica Wilkins. "E quanto mais oxigênio seus músculos têm, melhor eles funcionam, o que pode ajudá-lo a correr mais longe, mais rápido." A maior concentração de glóbulos vermelhos pode permanecer por até duas semanas depois que uma pessoa deixa a altitude, então a suposição é que o aumento de células sanguíneas proporciona uma vantagem competitiva ao nível do mar.


O combustível de corrida é individualizado e preciso.

Os cientistas estão focados em compensar as perdas de líquido pela transpiração e maximizar os níveis de energia. Isso restringe o foco para as 48 horas que antecederam a corrida e 24 horas após sessões duras de treinamento em duas áreas-chave: tipo e método de entrega, e necessidade individual. "Criamos uma mistura de carboidratos personalizados para cada atleta, com base nos dados que reunimos ao longo do programa de treinamento, indicando quanto líquido eles perdem durante a corrida e o quanto seus estômagos podem absorver", explica Kirby. Além disso, cada um deles consome diferentes tipos de carboidratos, quantidades, fluídos e sabores.

A frequência da alimentação é específica.

Por meio da análise de dados sobre cada atleta e várias tentativas e erros, a equipe Breaking2 determinou o tempo ideal dos corredores para consumir alimentos durante a corrida: a cada 2,4K (cada volta da pista em que eles correrão no complexo do Autódromo nacional de Monza, na Itália). "Assim, a cada sete minutos, os atletas vão ingerir sua mistura específica que os mantém hidratados e energizados", diz Kirby. Isso tudo é novo para os atletas, dizem os cientistas, porque anteriormente cada corredor estava consumindo menos de 60 gramas de carboidratos por hora e eles tiveram de se familiarizar com a ingestão de uma maior quantidade de carboidratos no ritmo da corrida.

Wilkins, Kirby e todos os outros membros da equipe Breaking2 continuam a usar toda essa informação e experiência para desenvolver as estratégias de Kipchoge, Desisa e Tadese. "Nós estamos coletando dados desde que começamos, e continuamos a aprender muito com os atletas, para nos colocar e nos preparar da melhor forma possível para o dia da corrida", diz Wilkins. "A maioria dos corredores não tem esse nível de personalização e acesso a este tipo de teste e orientação". Quando você combina isso com a força mental pura de cada atleta, você tem o potencial para alcançar o desconhecido. "Não importa o que façamos a partir de uma perspectiva científica, esses caras têm de correr 26,2 milhas a 13,1 milhas por hora", diz Wilkins. "Isso é incrível."


Divulgação: NIKE



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