Essa foi minha 23ª Corrida do Ano - CIRCUITO ATHENAS ETAPA 3 SÃO PAULO - MEIA MARATONA 21K
Depois de muita ansiedade chegou o dia. Com uma noite mal dormida, acordei cedo, tomei um café light e já corri para o local da prova.
Cheguei faltando uma hora para a largada, tudo bem tranquilo, o Sol nascendo e os corredores começando a chegar.
Fui para o espaço dos TOP 300, mas estava fechado. Só após a prova que iria funcionar.
Sentei em uma banqueta, coloquei o número do peito, chip no tênis, fiz um alongamento sozinho e depois um pouco com toda a galera.
Faltando uns 15 minutos para a largada já fui me posicionar. Queria largar de um bom lugar.
Passando pelos pelotões, recebi um Gatorade que nunca tinha visto, PRE GAME FUEL, tomei.
Chegando no setor dos TOP 300 me empolguei. Largaria na cara do pórtico com todos os atletas de elite. Com certeza os campeões estariam ali do meu lado.
Lá encontrei a Re, uma amiga da Gaivota Run, que também estava no TOP 300. Batemos um papo e dali mesmo vi o Daniel logo no pelotão de trás. Só deu tempo de desejar boa prova a eles e fui para frente.
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Minha visão da largada |
Minha ideia inicial para prova era fazer sub 01:45:00, tempo dentro do TOP 300. Que da um pace abaixo de 05:00. Muito difícil pensando nas subidas que iria enfrentar.
Teve um breve atraso de uns 10 minutos e a largada foi dada. A Mizuno registrou esse momento.
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Olha eu aí gente. Clique para ampliar. |
Já saí disparado para não ser atropelado pelos corredores de 10K e 4K. Fiquei na direita e fui acertando meu pace para 04:40. Comecei bem tranquilo e o corpo respondendo bem a esse ritmo.
Durante os cinco primeiros Km´s não teve nenhuma novidade e estava com o tempo de 23:30 aproximadamente. Estava bem contente até então. Quando me deparei com a subida da Ponte Estaiada, me assustei porque nas minhas contas teriam duas subidas e me dei conta do erro de cálculo e por fim foram quatro.
(Só para explicar meu raciocínio, vi no mapa do percurso que teríamos que atravessar a Marginal e voltar. Duas subidas e duas descidas. A surpresa foi que pegamos outras duas subidas e descidas da alça de acesso da Marginal para a Estaiada e da Estaiada para a Marginal. Passando por cima da via local.)
Forcei um pouco já nessa primeira subida, tomei meu GEL e soltei um pouco na descida. Não deu tempo para respirar, fizemos o retorno e mais outra subida, essa um pouco maior. Diminuí a velocidade e fui. Sobe, sobe, sobe e depois uma descida longa até o outro lado.
Agora na Marginal oposta tive um tempo para recuperar na reta. Passei pelo KM 8, curti um pouco a paisagem, aproveitei para corrigir a respiração e tentei apertar um pouco o ritmo.
Na minha cabeça, eu só saberia se o resultado final seria bom ou não, depois de percorrer toda a ponte.
Cheguei no retorno da reta e já vi a terceira subida, essa um pouco menor. Tanto que consegui até uma ultrapassagem na subida, que me deu ânimo para continuar firme. E mais um GEL no KM 10.
A última subida da ponte para chegar a Marginal não fui tão bem. O corpo já sentia o desgaste. Por fim a última descida. Ufa! Passei por um posto de hidratação, onde sempre pegava uma água para dar um gole e refrescar o corpo. Só nessa parte vi um posto de Gatorade, tentei tomar um pouco.
KM 12 e 13 tomei meu Electro++ e continuei no embalo. Com as pernas já queimando e o psicológico começando a me atrapalhar. Não via a hora de fazer o último retorno e encarar a grande "reta" final.
Fui do jeito que dava, fiz o retorno passei pelo KM 14, 15, 16, 17 e quando chegou no 18 foi o ponto crítico. Até então, com o pace abaixo de 05:00, eu acelerava e segurava. Com dores nós pés e nas coxas, incômodo na lateral do pé pegando em uma costura, mas tinha conseguido segurar na boa.
Agora no KM 18 meu psicológico abalou de vez, tive uma grande vontade de relaxar, de diminuir, de trotar, de esquecer o tempo. E por outro lado tentava buscar força e inspiração para continuar e não desistir. Eu sentia que eu poderia melhorar meu tempo e foi nisso que me apoiei para continuar.
Esses últimos 3 Km's foram intermináveis, as pessoas começaram me ultrapassar e eu não tinha mais força para acompanha-las. Até uma mulher passar por mim, olhar e falar: "Vamos aí! Não desiste.". Consegui correr junto com ela uns 500 metros, depois ela seguiu. Na camiseta dela estava escrito "Go Dani. Maratona de Nova York 2006." Foi bacana esse momento.
Passei pelo KM 19, tentei tomar meu último GEL, mas não consegui. Me deu um enjoo. Não descia. Após jogar ele fora minha visão começou a embaralhar, fiquei um pouco tonto. Nunca tinha sentido isso, olhava para frente e não conseguia focar, olhava para baixo e também me incomodava.
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Essa foto representa bem o que tentei descrever. |
Não sei como superei esses últimos KM´s. Só não queria desistir do meu tempo, mas já havia desistido de olhar de novo para o relógio e continuei. Quando vi a placa de 500m acelerei o que dava. 400m e o pórtico já estava ali na frente. Pena que não enxergo muito bem de longe e o cronômetro ainda estava desfocado. 300m, 200m, 100m e as horas e minutos já brilharam.... 01 hora, 44 minutos e qualquer coisa. Feliz da vida cheguei como pude. Venci mais um desafio e com certeza o mais difícil até agora. Não foi meu melhor tempo, mas fiquei dentro do meu objeto de fazer sub 01:45:00 nesse percurso.
Resultado Final:
- Tempo Bruto: 01:44:23
- Tempo Líquido: 01:44:21
- Pace: 04:58
- Velocidade Média: 12,07 km/h
Chegada nos 32s do vídeo.
Classificação:
- Geral: 260º Colocado / com mais de 1160 atletas concluintes
- Por Categoria: 47º Colocado / com mais de 140 atletas concluintes
Tempo líquido dos amigos CORRE SAMPA
Meia Maratona
02:07:21 BRUNO KELENCY CINIELLO (Esse é o atleta baladeiro)
10K
00:46:25 DANIEL DOS SANTOS MELLO (Dessa vez foi quase. Mandou bem)
00:51:22 RENATA MAYUMI KIMURA (Corre muito - TOP 300)
00:52:53 LEONARDO CESAR FARIAS PEREIRA (Na próxima a gente se encontra) - http://www.pisandoporai.blogspot.com.br/
Fotos oficiais do evento:
Onde achar as fotos desta corrida:
http://www.focoradical.com.br/
http://www.olhonoatleta.com.br/
Preciso registrar também que hoje, um dia após a corrida, estou quebrado. Tomei um relaxante muscular e aos poucos caminho normalmente.
Acho que tudo faz parte do desafio, da superação, da conquista. Porque nada paga a ótima sensação de cruzar a linha final. Inexplicável. Só quem corre sabe...
Até a próxima.